Seminário

250 anos de História

Seminários

No século XVI, o Concílio de Trento (1545-1563), em Itália, determinou a criação de estabelecimentos de ensino eclesiástico em todas as Dioceses ou Províncias Eclesiásticas, destinados à preparação educativa e científica dos aspirantes ao sacerdócio: os seminários. Normalmente, os padres diocesanos são formados nos Seminários Maiores. Os primeiros dois existentes no mundo são os de Milão e o de Braga (pelo ano 1564).

Seminário de Coimbra

No Seminário Maior de Coimbra, até 2012, a formação eclesiástica fazia-se aqui em dois ciclos: Estudos Filosóficos (2 anos) e Estudos Teológicos (4 anos). Aqui funcionou o Instituto Superior de Estudos Teológicos (1971-2012) para a formação de seminaristas das dioceses de Coimbra, Aveiro, Leiria, Portalegre-Castelo Branco, Beja, Cabo Verde e Macau. Durante o percurso de formação académica e espiritual os seminaristas recebiam os ministérios de Leitor e de Acólito e, posteriormente, as ordens de Diácono e de Presbítero.

Postal 1910

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Frente do seminário ainda sem a "rotunda" da fonte
Este postal em particular foi usado em 1910, tendo assinatura datada de 18 de fevereiro de 1910 e carimbo dos correios de 19 de fevereiro de 1910

Edifícios principais - geral

Este seminário foi mandado construir por D. Miguel da Anunciação, as obras iniciaram a expensas próprias, com dinheiro proveniente da sua fortuna pessoal; o projeto, de traço e gosto italiano, é da autoria do arquiteto italiano Giovani Tamossi que, após a sua trágica morte provocada pela queda de um andaime ao colocar os sinos numa das torres, viria a ser substituído pelo cenógrafo e pintor Giacomo Azzolini que com ele viera de Itália. A primeira pedra foi lançada a 16 de Julho de 1748, dia de Nª Srª do Carmo, dez anos depois recebia os primeiros alunos, e foi solenemente inaugurado, após conclusão das obras, 17 anos depois, a 28 de Outubro de 1765.

Na entrada de todo este espaço edificado temos um grande portão, em cantaria, semelhante ao do Jardim Botânico, com uma porta em ferro, datado de 1876, com as armas episcopais do Bispo Conde D. Manuel Correia Bastos Pina (1830 – bispo em Coimbra de 1872-1913), que mandou contruir a Casa Nova e a Casa Novíssima e o Jardim.

Casas nova e novíssima
O edifício central tem à sua esquerda a casa nova concluída em 1873; e a casa da direita é a casa novíssima de 1880. Ambas as datas estão registadas no arco central exterior. Na casa nova estão atualmente alguns serviços diocesanos e será o Centro Pastoral Diocesano. Na casa novíssima situa-se o Salão de São Tomás, inaugurado pela rainha D. Amélia. Foi o maior ‘auditório’ no final do séc XIX e início do séc XX. Neste edifício está instalada a biblioteca nova (disponível ao público) – sobretudo de teologia.

Jardim

Há um jardim traçado no séc. XIX, mas ao gosto do barroco, num arranjo que se deve ao Bispo-Conde D. Manuel Correia Bastos Pina, entre 1872 e 1893. Este jardim tem ao centro um conjunto circular de lagos com figuras mitológicas em pedra. No topo poente da rua transversal, há uma ‘fonte’ retábulo em pedra encimada por um pelicano.

Casa Velha ou edifício central

O edifício central, também chamado Casa Velha, foi construído em declive, pelo que possui três pisos na fachada principal, virada a norte, e cinco na posterior, virada a sul. Este edifício tem cerca de 285 janelas e 15 sacadas.

Por cima da porta de entrada encontramos o brasão do Bispo Conde D. Miguel da Anunciação, fundador do seminário, com elementos do Mosteiro de Santa Cruz onde tinha sido cónego regrante e as cunhas decorrente do nome de família.